Você já parou para pensar na morte de alguém que cometeu suicídio sem mostrar aparentemente que estava sofrendo com uma grave crise de depressão? Acredito que sim. Aliás, sempre que alguém tira a própria vida acaba nos deixando um pouco perplexo e cheios de compaixão, ainda mais se for alguém que estava sempre brincando e sorrindo, fazendo a festa de todos que estavam a sua volta.
Sei o quanto isso é difícil, mas precisamos trazer luz sobre o problema e fazermos novas reflexões no que realmente está acontecendo no mundo e especial no Brasil, afinal de contas, somos o país com o maior número de pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade. Sim, querido leitor, somos o país com mais ansiosos do mundo. Agora o que devemos nos perguntar é: Como mudar isso? Existe algum meio para que consigamos alterar esse cenário tão trágico?
Sei que parece desesperador, afinal, quem não conhece alguém que esteja sofrendo com algum tipo de transtorno de humor? Alguém que sofra com algum tipo de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, Transtorno Compulsivo Obsessivo (TOC) entre tantos outros? Há ainda os que estão na exaustão extrema, ou seja, com síndrome de burnout. Mas o que está causando tudo isso?
A crise cultural. Primeiramente precisamos entender o que é cultura. Ser culto não é ouvir música erudita ou falar mais de três línguas, ser culto é ter as ferramentas necessárias para ler o mundo concreto, o mundo real. Ser culto é estar de posse dos meios que o fazem compreender os acontecimentos ao seu redor e para isso usamos algumas instituições como por exemplo, a religião, a família, o Estado, a música, as artes, a tradição entre outros meios. A cultura atual, ou como chamamos, pós moderna é uma ruptura com aquilo que antes norteava a nossa vida ou seja, sobre o tema de uma falsa liberdade, o indivíduo se sente incapaz de se guiar.
Vamos lá, a cultura é como um mapa, esse mapa te orienta, te guia na vida, te ajuda a tomar as melhores decisões e como isso ocorre? Através do que já aconteceu no passado e isso se dá através da tradição e das experiências daquilo que já foi tentado ou vivido. Ta conseguindo entender?
Se a cultura não consegue proporcionar ao indivíduo os meios para que ele se oriente e consiga crescer de forma consistente e baseado na verdade, a cultura está em crise. Se a cultura está em crise, as pessoas estão com crise de sentido. E o que vimos hoje em dia?
Talvez você esteja se indagando como isso acontece de forma prática na vida das pessoas. Vou tentar ser breve e ir direto ao ponto, pois esse assunto é extenso e poderíamos ficar dias aqui conversando, mas o objetivo é tentar fazer com que você entenda em poucas linhas.
Desde que a ciência ocupou o "centro" da humanidade como a única fonte da razão, tudo o que foge dela se torna algo relativo, e uma vez relativizado, não há mais uma verdade por trás do fato concreto. Deixe-me explicar: Imagine que eu e você estamos diante de um copo de água. Eu bebo primeiro e digo que a água está boa, você bebe em seguida e diz que ela está salgada. Ora, temos duas "verdades" a minha e a sua, porém, a água não estava salgada, então, há uma verdade concreta. No relativismo, não há essa hipótese, pois a água está boa para mim e salgada para ti, não levaremos em conta a verdade, afinal os argumentos individuais devem ser respeitados. Isso é o que fizeram com a tradição e a religião, uma vez que não se prova o fato, não há uma verdade concreta, a menos que a ciência consiga reproduzir o ato passado. Entende?
Os iluminados desprezam toda a sabedoria da tradição, por isso que a cultura pós moderna é uma ruptura. Ela passa uma régua no passado, ignora toda a tradição e começa tudo do zero, mudando a forma de ver a biologia, desconstruindo os valores morais, menosprezando o valor da vida e com isso as pessoas passam a desacreditar do que outrora seria de parâmetro para a vida.
Quando questionados, usam sempre os mesmos jargões "retroceder", "retrógrado", "respeite as opiniões" e por aí vai, mas eles não respeitam a cultura, buscam criar uma cultura de libertinagem a ponto de que o homem se animalize, vivendo apenas por seus instintos mais primitivos, buscando os prazeres imediatos a fim de que possa preencher o vazio existencial em seu peito. Faz sentido?
De balada em balada, de mesa em mesa as pessoas vão se drogando de dopamina, de prazeres imediatos, perdem virtudes como a Tempreança, a Prudência, A Fortaleza e a Justiça. Entram em um estado alienado e não percebem o risco iminente à sua frente. Se tornam prezas fáceis de um forte marketing que os levam ao consumismo desenfreado em todas as áreas da vida, o importante é ter aquela sensação do prazer imediato. Cada vez que o vazio aumenta, mais eu busco me "drogar". O resultado? Quando esse vazio explode vem como uma ansiedade ou até mesmo uma depressão, pois nada mais faz sentido em sua vida.
Bom, nessa altura acredito que você já tenha entendido que a crise da cultura é a mesma coisa que a crise de sentido da vida.
Agora que entendemos isso, precisamos descobrir como vamos fazer para que as próximas gerações não se tornem escravas de falsas doutrinas e reféns de seus próprios vícios, precisamos recuperar aquilo que estava perdido, a moral, a tradição, a religião, a família, a cultura. Refletir sobre questões existenciais e entender que somos feitos para aquilo que é transcendente, que somos feitos de matéria mas que também possuímos uma parte imaterial, que temos a parte biológica, mas que também temos a alma e o espírito, que a vida é um todo, um algo indivisível.
Que o tédio que sentimos é exatamente por falta de um sentido, de entender que estamos aqui para cumprir um chamado e o objetivo ultimo da existência humana é o transcendente.
Por fim, reforço que a única forma de começarmos a curar a sociedade é curando o homem e em seguida as famílias através da verdadeira cultura, da religião e da tradição, fora isso, é dar soco em ponta de faca. Fez sentido para você? Comente aqui em baixo.
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